Voltinha de 75,5km

Era decorrido o dia dezanove de Abril do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de dois mil e nove, quando nestas nobres criaturas levantaram seus corpos do magnífico leito, em plena madrugada com o único objectivo de queimar as calorias a mais alojadas graças aos excessos cometidos na quadra Pascoal que findou.
Ao contrário de passadas saídas onde os percursos estavam meticulosamente traçados e estudados, recorrendo ás mais avançadas tecnologias de informação e comunicação, desta vez houve uma grave falha de planeamento e chegada a hora do encontro nada estava definido. Como já dizia António Variações "Quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga" na indecisão lá vai uma mente iluminada que alvitra "Vamos lá fazer a volta ao concelho" e como não há nenhuma alma que venha equipada de caçadeira e acabe logo ali o assunto, todos concordam num acto heróico-masoquista.
Assim sendo avançamos pelo lado sul, junto á beira mar até á Relva, com um olho na estrada e outro no céu, pois São Pedro parecia não querer colaborar. Como tudo corria bem, lá impusemos o ritmo de forma a que este fosse interessante mas sem nunca deixar ninguém para trás. Assim lá fomos em amena cavaqueira (sobre o quê? isto é que era bom. Quem quiser saber que se junte ao grupo) rumo ao objectivo final. Como nestas coisas de grupos e grandes distâncias, é natural que alguém de vez em quando se adiante ou outros se atrasem ligeiramente. Pois foi numa destas ocasiões, junto ao miradouro do "Escalvado" que os mais adiantados resolveram ingerir umas barritas. Os que vinham atrás, não deram pela paragem e continuaram a pedalar, aumentando o ritmo, pensando eles que se estavam a atrasar muito. Dez minutos passados e algumas chamadas de telemóvel sem retorno, o grupo que estava parado partiu num louco sprint no encalço dos referidos fugitivos. Embora inicialmente tenham alegado que não estariam em grande forma, a verdade é que tal não se provou porque só se conseguiu apanhar os referidos indivíduos perto de Santa Bárbara e para tal foi necessário ficar com os "bofes de fora" (como se diz na minha terra).
Depois de alguns discursos recorrendo ao vernáculo e ao calão que não sou capaz de aqui reproduzir atendendo ao bom nome deste blogue, e como é tudo gente de paz, resolveu-se ali mesmo a contenda com um lanchinho de barrinhas de "Pinuts Butter" ou em micaelense "pinabura" , alguns litrinhos de água e ajuntes de selim, enquanto se esperava pelo resto da cavalaria.
Após o repasto continuou-se a rolar até ao Pico da Pedra, fazendo uma subida final até á estrada da Ribeira grande, de regresso a Ponta Delgada.
Neste roteiro foram percorridos cerca de 75,5Km a uma média de 21,5 km/h.

Volta Eskimó que estás perdoado.

O que nos falta

A cultura da vida saudável, e em sociedade, vai faltando por cá. Terra de contrastes onde se cruzam paisagens de tirar o fôlego com falta de planeamento ecológico, onde se fazem obras de vulto e esquece-se de construir uma simples ciclovia, onde se gastam enormidades em publicidade turística e não se tenta sensibilizar a população para a utilização de modos de vida mais saudáveis, económicos e amigos do ambiente.

Realizam-se, a espaços, eventos que promovem a actividade física mas só encontramos condições para tal prática em ginásios.

A população em geral não está desperta para estes aspectos. Nas estradas os automobilistas não respeitam nada que se mova sobre 2 rodas, tenha motor ou não. Existem sempre portas a abrir sem olhar para o retrovisor, mudanças de direcção a “rasar” os ciclistas, bocas do “vai trabalhar malandro”, etc, etc, etc.

Recentemente tivemos a notícia do acidente do André Arruda, felizmente sem consequências físicas, mas perfeitamente evitável. Temos artigos bombásticos sobre bikes a destruir a reserva natural da Lagoa do Fogo, escritas com erros grosseiros de linguagem e não merecedoras de qualquer crédito, mas que poderão deixar uma mensagem muito negativa aos menos atentos.

Enfim, temos o que temos mas podemos e devemos ambicionar a melhor.

Deixo-vos com um vídeo que despoletou este simples desabafo





Ride Safe
Ride Well

Caros WindBikers,

Como não podia deixar de ser mais uma vez se cumpriu o habitual encontro semanal dos WindBikers. Desta vez em Sábado de Aleluia e mais uma vez com saída de Vila das Capelas.
O objectivo era fazer quilómetros como preparação para a prova de resistência do próximo dia 3 de Maio.

Desta vez S. Pedro não nos acompanhou o que, para além de tornar a coisa menos agradável, dificultou a gestão do esforço e a manutenção do “motor” quente.

Arrancamos então das Capelas em direcção à Bretanha onde nos aguardava uma subidinha ligeira ao miradouro sobre a Lagoa Azul das Sete Cidades. Dois mil e oitocentos metros sempre a subir até à cota 493 durante os quais não faltaram rasgados elogios à minha pessoa e ao percurso escolhido!

Já no fim das Cumeeiras, enquanto Mr. LCat andava perdido, a merecida paragem para reabastecimento. Após lançamento duma operação de resgate efectuada com sucesso por Mr. Redboy lá continumos até à Várzea. O regresso debaixo de chuva “molha tolos” fez-se pelo asfalto a um ritmo digno de gente doida!

Esfalfados, consolados e pelos vistos a caminho de grande forma lá chegamos ao ponto de partida.

Mais uma vez juntou-se ao grupo Mr. Levy que anda a treinar afincadamente para o Portalegre BTT e que nas ultimas semanas conseguiu tirar meia dúzia de quilos à bicicleta…ou melhor…de cima dela!


Resumo: 55,5Kms à média de 20Km/h em menos de 3 horas…

Abraços,

Runner

PS: Para quem tiver interessado esta semana há treinos intercalares.

Fim de linha…

Caros WB,

Antes de passar ao habitual relato dos acontecimentos ciclisticos do fim-de-semana passado, aproveito este espaço para aqui deixar um abraço e um até sempre a um amigo de longa data que este domingo de Páscoa nos deixou de forma extemporânea e inesperada.

Dá que pensar!

Não se queixem das subidas mas desfrutem o prazer de chegar ao topo! Não se queixem da chuva…agradeçam o banho quente e relaxante que vos espera no final! Vivam intensamente e aproveitem…há (quase) sempre um lado positivo naquilo que parece (e é) mau. Precisamos apenas alcançar a virtude de conseguirmos ver esse lado.

Temos de estar preparados…

Abraços,

Runner

Um Dia Memorável

Domingo, 5 de Abril, foi um dia memorável na minha vida. Foi o dia em que eu (pai) participei como atleta na equipa de triatlo da minha filha Mafalda e, ao mesmo tempo, fui adversário do meu filho António.

De facto, assim aconteceu no 1º Triatlo Topfitness Anima Open 2009 em que a equipa formada por Mafalda Rouxinol Fragoso e pelos WindBikers Mário Rouxinol Fragoso e Luís Catarino, classificaram-se em 1º lugar das equipas mistas e obtiveram o 5º lugar da classificação geral.

Por outro lado, a satisfação de pai também aconteceu em relação à equipa adversária do filho que se classificou em 1º lugar das equipas masculinas.
A prova decorreu ao longo da avenida marginal e no centro histórico de Ponta Delgada, tendo participado 68 atletas (11 individuais, 11 equipas masculinas, 7 equipas mistas e uma equipa feminina).
No primeiro segmento da prova (natação), para além do esforço que foi vencer os 450 metros de percurso, tinha ainda como factor de dificuldade adicional a temperatura da água que, com certeza, estaria em torno dos 17-18 graus.

O segundo segmento da prova (ciclismo), numa extensão de 20.5 km, o grande adversário foi o vento que se fazia sentir ao longo do trajecto na direcção Oeste – Este e que baixava consideravelmente as médias de andamento dos ciclistas. Mas, mais uma vez, os treinos de montanha dos WindBikers contribuíram para vencer este indesejável adversário.

Finalmente, o segmento de atletismo, numa extensão de 5 km, foi uma tarefa árdua mas bem concretizada por LCat.

Foi, de facto, um dia inesquecível, onde a assistência não faltou e a confraternização final foi o culminar dum dia memorável.


Espero que, ao longo da minha vida, venha a ter muitos destes dias.
Abraços a todos,

Hitecher